terça-feira, 6 de julho de 2010

LEGISLATIVO DEBATE SITUAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO EM FORTALEZA

Em meio o estado de greve dos rodoviários, suspensa por uma liminar judicial, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou ontem, 5, audiência pública sobre a situação do transporte coletivo da Capital. Motoristas e cobradores reivindicam um reajuste de 25%, que representa as perdas salariais ao longo de doze anos, contra 5,5% oferecido pelo Sindiônibus, além do vale refeição, cesta básica e plano de saúde, como colocou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Ceará, Domingos Gomes Neto.

O vereador João Alfredo (PSOL), propositor do debate, evidenciou a necessidade de uma intervenção da Prefeitura de Fortaleza na negociação entre rodoviários e o Sindiônibus. O parlamentar enfatizou a disposição da Câmara em mediar uma saída para o estado de greve, que segundo ele, as reivindicações são absolutamente justas.

Para o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Gérson Marques, os conflitos grevistas deveriam ser resolvidos entre a categoria e o sindicato patronal, sem intervenção do judiciário. Apesar disso, o procurador enfatizou o papel do poder público junto à situação, no caso a greve dos rodoviários de Fortaleza, que é garantir a legalidade da manifestação trabalhista. Ele evidenciou ainda a influência dos meios de comunicação no enfraquecimento da luta, onde a sociedade não compartilha da greve. “Se nós estamos vivendo em estado de greve, o que não pode é acabar com a greve sem nenhuma análise do que significa a pauta de reivindicações. Acima de tudo os direitos sociais, que a população tem e os trabalhadores também ”.
O presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Ademar Gondim, reafirmou o compromisso da Prefeitura com a população em não aumentar a passagem de ônibus. De acordo com ele, a gestão está tranquila, pois cumpre o seu papel técnico em relação ao transporte coletivo. Como colocou Ademar, a Prefeitura proporcionou a regularização das vans, aberturas de novas concessões de táxis, além de uma agenda para receber representantes das categorias do transporte público. “A administração é aberta para a discussão, dentro do que a lei estabelece”, colocou Ademar, destacando que a gestão não entra na negociação entre trabalhadores e empresários.

O debate contou ainda com a participação do Sindicato dos Instrutores de Veículos Automotores do Ceará (Sindivace), João Salgado, que enfatizou a situação da categoria na revindicação de melhorias trabalhistas, em que o sindicato patronal não se dispôs a negociar; da vereadora Verônica Gurgel (PP); do superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Ceará, Papito de Oliveira; do defensor público Thiago Tozzi; do coordenador técnico do Sindiônibus, Davi Pacheco.

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