“O Estado deve reconhecer a capoeira como um dos tesouros da nossa cultura. Hoje temos mais de 150 países jogando a capoeira e ela merece mais atenção e cuidado. É esse exercício que estamos fazendo aqui, estamos construindo uma política de Estado com a participação e a contribuição dos capoeiristas”, ressaltou o Secretário da SID, Américo Córdula, ontem (3) na abertura do Encontro Pró-Capoeira que acontece em Brasília até o próximo dia 5.
Para Américo é importante refletir qual o tratamento que deve ser dado à capoeira. “Ela não é só esporte, cultura ou lazer. Ela é um condutor para mostrar nossa riqueza cultural, faz parte da nossa história, da história do nosso país”. Américo citou também o Fundo Nacional de Cultura do Acesso e Diversidade, que podem abrigar vários projetos de capoeira e o Prêmio Viva meu Mestre, como ferramentas para a visibilidade da capoeira.
Para o capoeirista do Acre, Carlos Caju, vice presidente da Federação Acreana de Capoeira, esse é um momento importante. “Estamos trabalhando com ideias que até então eram só sonhos. O Programa Nacional é um passo importante, temos consciência de que muitas de suas ações serão realizadas a médio e longo prazo, mas espero que se concretizem”. Caju explica que os capoeiristas do Acre se reuniram, discutiram os eixos que serão debatidos no Encontro e que ele e os outros dois representantes acreanos trazem as propostas do seu Estado, além de lembrar do custo amazônico nos projetos. “Nosso grande problema continua sendo a falta de verbas e a burocracia na elaboração de projetos”.

Os representantes do Norte e do Centro Oeste se dividirão entre cinco eixos temáticos: Capoeira e Educação; Capoeira e Políticas de Desenvolvimento Sustentável; Capoeira e Políticas de Fomento; Capoeira, Identidades e Diversidade e Capoeira, Profissionalização, Organização Social e Internacionalização. Na sexta-feira, último dia do Encontro, se reúnem em Plenária para votar as propostas das regiões para compor o Programa Nacional de Salvaguarda e Incentivo à Capoeira. Reuniões como essa já foram realizadas em Recife (PE) e no Rio de Janeiro (RJ) para sistematizar as propostas das regiões Nordeste e Sul e Sudeste.
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Da esquerda para a direita: Benedito Cintra, Américo Córdula e Mestre Neguinho |
Estiveram ainda na mesa de abertura do evento, a superintendente do Iphan no Mato Grosso do Sul, Margareth Ribas Escobar; o superintendente do Iphan no Tocantins, Erialdo Augusto Pereira; o Assessor Parlamentar da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Benedito Cintra; o presidente da Confederação Brasileira de Capoeira, Mestre Neguinho e o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, que coordenou a mesa.
Rachel Mortari (SID/MinC)
Fotos: Marina Ofugi
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