Rio -
Corsários eram navegadores que atacavam embarcações, a serviço de seus
governos, impondo seus interesses à força. O navio da Fifa chega ao Brasil para
fazer valer aquilo que pode lhe gerar bons negócios. Nossas leis, já adequadas
para sediar a Copa do Mundo, estão sendo alteradas: é o ‘estado futebolístico
de exceção’.
Para as obras em estádios e de locomoção — estas,
atrasadíssimas, indicam que o legado da Copa para o povo será mínimo —, criou-se
um Regime Diferenciado de Licitações. Empreiteiras, que aumentaram os preços em
47%, agradecem. 170 mil famílias perderão as casas sem garantia de moradia nas
mesmas condições.
A Lei Geral da Copa suspende, durante o megaevento, artigos das
leis de Patentes e dos Estrangeiros; dos estatutos das Cidades, do Torcedor e
dos Idosos; a livre concorrência e posturas municipais que garantem o direito
de ir e vir. Tudo para assegurar os monopólios da Fifa, mais interessada nos
ganhos do que no esporte.
Durante o ‘protetorado’ da Fifa no Brasil, bebidas, material
esportivo, bandeirolas e sanduíches, só das marcas por ela autorizadas. As
transmissões das partidas, já tão concentradas, ficarão mais restritas ainda.
Até o modo de torcer nos estádios a Fifa quer disciplinar, matando — a começar
pela arquitetura dos estádios, imposta por seu modelo — a festa colorida que dá
o clima apaixonado da disputa no gramado.
A Copa do Mundo não é nossa, independentemente do resultado dos
jogos, que queremos sempre vitoriosos para a Seleção. A Copa é oportunidade de
ganho fácil e já tem vencedor: os patrocinadores da Fifa, que lhe proporcionam
lucros extraordinários. O Brasil perderá.
Deputado federal pelo PSOL
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