quarta-feira, 21 de março de 2012

Chico Alencar: A Lei Geral da Copa não é boa para o País


Rio -  Corsários eram navegadores que atacavam embarcações, a serviço de seus governos, impondo seus interesses à força. O navio da Fifa chega ao Brasil para fazer valer aquilo que pode lhe gerar bons negócios. Nossas leis, já adequadas para sediar a Copa do Mundo, estão sendo alteradas: é o ‘estado futebolístico de exceção’.
Para as obras em estádios e de locomoção — estas, atrasadíssimas, indicam que o legado da Copa para o povo será mínimo —, criou-se um Regime Diferenciado de Licitações. Empreiteiras, que aumentaram os preços em 47%, agradecem. 170 mil famílias perderão as casas sem garantia de moradia nas mesmas condições.
A Lei Geral da Copa suspende, durante o megaevento, artigos das leis de Patentes e dos Estrangeiros; dos estatutos das Cidades, do Torcedor e dos Idosos; a livre concorrência e posturas municipais que garantem o direito de ir e vir. Tudo para assegurar os monopólios da Fifa, mais interessada nos ganhos do que no esporte.
Durante o ‘protetorado’ da Fifa no Brasil, bebidas, material esportivo, bandeirolas e sanduíches, só das marcas por ela autorizadas. As transmissões das partidas, já tão concentradas, ficarão mais restritas ainda. Até o modo de torcer nos estádios a Fifa quer disciplinar, matando — a começar pela arquitetura dos estádios, imposta por seu modelo — a festa colorida que dá o clima apaixonado da disputa no gramado.
A Copa do Mundo não é nossa, independentemente do resultado dos jogos, que queremos sempre vitoriosos para a Seleção. A Copa é oportunidade de ganho fácil e já tem vencedor: os patrocinadores da Fifa, que lhe proporcionam lucros extraordinários. O Brasil perderá.
Deputado federal pelo PSOL



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